“Dengue”. Esta palavra não sai dos nossos ouvidos nem que queiramos. Está toda hora na TV.
Quando a minha filha Juliana estava no Jardim II, teve como tarefa de casa desenhar e pintar algo que ouvira como notícia. E não é que a menina de 5 anos pintou uma coisa monstruosa; mas assustadora mesmo, e veio me mostrar?! Claro que perguntei: “o que é isso, filha?” Sua resposta foi pronta como um voleio do Zico: “o bicho da Dengue, pai”.
“Dengue”. Palavra que segundo o Dr. Drauzio Varella, é de origem espanhola e significa "melindre”, “manha" e tem a ver com o estado de moleza e prostração em que fica o doente. A Organização Mundial de Saúde calcula que o mosquito infecta de 50 a 100 milhões de pessoas a cada ano, principalmente na África, na Ásia e na América Latina.
Que terrível coisa é contrair este tipo de enfermidade, que sabemos, pode até matar. Por isso, assustada e prevenida a população sai à luta combatendo focos de procriação da “mosquita” e também se protegendo com mosquiteiros, telas nas janelas e repelentes. Tem muitos pais atentos e cuidando bem da família quando o assunto é esta Dengue. Já para a outra Dengue, letal ao caráter e formação das crianças, o descuido parece não ter mais fim. E dessa “outra Dengue” muitos filhos não escaparão. Resultados? Poderão tornar-se rapidinho, adolescentes bem rebeldes, jovens bem alienados das coisas de Deus e também despreparados para a vida, e até cônjuges dos mais complicados, que contribuirão para aumentar a fileira do divorciados. Você quer este tipo de “Dengue” para o seu menino ou para a sua menina?
Mas, de que TIPO de Dengue é esta que o senhor está falando, pastor?! Refiro-me à Dengue religiosa, que há muito vem se espalhado em nosso meio. Para entendê-la - E COMBATÊ-LA - usarei um acróstico, que é aquele negócio de cada letra abrir um argumento, passar um conceito ou uma idéia. Vamos lá:
- Um de nossos maiores problemas começa dentro das nossas casas, quando, como pais, praticamos o descaso para com assuntos e horários referentes à Igreja e demais reuniões da mesma, como a UCP, por exemplo. Como tem pais descuidando aqui! Levantam tarde, não demonstram empenho e dedicação para com o Dia do Senhor e também para com a oportunidade de estar na Igreja para aprender da Palavra, louvar e também ter comunhão com os irmãos, dentro de um horário pré-estabelecido. Antes, chegam do meio do culto para o fim, e ainda arrumam desculpas: “já que não vai dar para chegar para o culto, vamos apenas para a Escola Dominical”. À semelhança daquele vasinho de plantas esquecido lá no canto, mas que a mosquita Aedes Aegypti ama, o Inimigo da nossa Fé também ama este descaso.
A triste realidade é que um número muito grande de crentes está sendo relapso no interesse para com as coisas de Deus, contaminando com esta péssima atitude as crianças que a tudo estão observando: “ora, se o meu pai ou a minha mãe não valorizam o horário do culto e o estar na Casa de Deus com disposição alegria e dedicação.. por que eu o faria?”
O descaso continua dentro de casa através das nossas orações que nada mais são do que “rezas de crentes”, daquelas bem insossas e sem vida que até o peixinho do aquário já decorou. Descaso para com a leitura da Bíblia - isto quando se lê a Bíblia – prejudicando o que deveria ser um proveitoso estudo da santa Palavra de Deus.
O descaso para com a mosquita que veio há muito tempo da África, pode matar vidas. O descaso para com o Reino de Deus e a Sua Justiça pode levar a adoecer a fé e a formação dos pequeninos. E também tem também o potencial de apressar a morte física deles, tragicamente porque, não aprendendo quando criança o caminho em que devam andar, poderão andar em caminhos de morte, rapidinho.
– Uma das definições que temos para escapismo é: “tendência para fugir à realidade ou à rotina, especificamente a coisas vivenciadas como desagradáveis, desviando a mente para outras ocupações ou entretenimentos”.
Desta definição é que vejo uma triste definhação. Pai=homem e mãe=mulher, estão escapando de arcar com as responsabilidades no papel e ordem que o Criador fez e formou. E como pdem escarpar, pastor? Escapam, quando fazem o jogo do empurra, que nada mais é do que empurrar a criação, formação e educação dos filhos para a igreja, a escola ou para os avós e babás.
Homem que lê este artigo e que é pai: você é insubstituível como tal e como referencial, nunca se esqueça disso! Você é o líder da família, pois assim Deus o fez e formou. Cabe a você a orientação, o rumo da casa, a tranqüilidade no lar e as decisões bem pensadas. Sua presença e assistência é muito importante, e o dinheiro que você traz para casa – ah, o dinheiro - entra como componente lá no último lugar da lista na escalada de importância, e não no primeiro ou único como muitos homens pensam. Saiba disso homem: muitos distúrbios mentais, emocionais e até sexuais em meninos e meninas tem a ver com a falta de referencial masculino em casa.
E você, mulher que é mãe? Que papel lindo você tem: auxiliadora idônea. Se você falha em auxiliar o homem da casa, auxiliando na análise dos casos e da vida comum no lar, se você também for alguém ausente por querer ter e valorizar uma carreira profissional acima da ‘carreira’ de mãe, saiba que depois você poderá não ter fôlego para enfrentar outra carreira: a de correr atrás do prejuízo de ver os seus filhos distantes de Deus, do lar e de um estilo de vida que sirva para ser vivida. Pai e mãe, com a ajuda de Deus e o apoio da igreja, da escola, dos pais e de babás responsáveis, assumam vocês a orientação do lar. Assumam, e não, sumam! Não escapem dos compromissos, pois da picada desta Dengue os seus filhos poderão adoecer terrivelmente.
– Vivemos dias maus, dias de relatividade, onde absolutos não contam ou valem mais. Tudo “depende”; tudo “tem o seu modo de ver” (o meu pode ser diferente...). Tem dois agentes inseticidas contra este vírus letal à fé e ao caráter dos nossos filhos que muita gente anda desprezando. Refiro-me a PRINCÍPIOS e VALORES.
Se os seus princípios para a vida são bem ancorados na santa e sábia Palavra de Deus (que é atual, sempre! Veja Hebreus 4.12), esta não permitirá que o rumo do barco da sua casa vá parar em poças infectadas do Mal. Sempre converso com as minhas duas filhas, de 12 e 9 anos, respectivamente, sobre princípios e valores. Em nosso lar temos PRINCÍIPIOS BÍBLICOS e VALORES CRISTÂOS. O que quero dizer com isso? Digo e afirmo: É o que a Bíblia diz, que vale acima de tudo e de todos. Se é para estar em algum lugar, ou não; se é para ter amizade com determinada pessoa, ou não, se é para assistir tal tipo de programa, ou não... é o que está bem explícito na Palavra de Deus o que vale e conta. Não tem essa de “eu acho” “eu penso que”, ou, “ah, porque os pais de fulaninho dizem não ter nada demais”... NÃO!
Isso porque, somos volúveis, fracos, iludidos e vulneráveis. A Palavra de Deus, não. Além de ser viva e eficaz, tem o poder de anular SOFISMAS, que é tudo aquilo que até pode parecer ‘bem argumentado’ e ‘trabalhado’ pelo mundo e seu sistema, mas que não resiste ao crivo da Palavra de Deus, detectando nas entrelinhas de suas propostas o pecado, o engano, o mal e o prejuízo para a vida.
Por “Valores” quero enfatizar que nós também valorizamos o que o Cristianismo bíblico valoriza, daí nos pautamos por VALORES CRISTÃOS. Ou seja: a amizade genuína, o cuidado da mente e do corpo em qualquer momento ou ambiente, também na hora da diversão; o respeito para com o próximo... enfim, como diz Filipenses 4.8: tudo o que for de boa fama e nos conduzir a virtudes, será isso o que valorizaremos.
– Teve um tempo em que a vida era mais barata e simples e praticamente todos viviam bem. Os carros eram simples, as casas eram simples, as roupas... o par de tênis. Eu mesmo usei Kichute a vida toda e me dei por satisfeito. Era um tênis de lona e borracha, que durava anos.
Hoje, temos sido mais consumistas do que nunca. Nossos filhos são consumistas, muitos deles contumazes. Esta geração tem tudo para crescer na vaidade, arrogância e prepotência, enfiada em circunstâncias capazes de tornar qualquer coração duro, egoísta e pervertido. A vaidade da gastança logo assalta o coração, atraindo o luxo, geralmente o supérfluo, tornado-o soberbo. E aos soberbos Deus resiste!
Hoje está difícil montar um acampamento, um acampa-dentro, uma programação de UCP que seja, porque logo podem vir crianças, adolescentes e jovens querendo comparar com o hotel fazenda onde a família passou as férias. Também já presenciei pais reclamando da “pobreza” das instalações, etc. Neste “galope desenfreado”, infelizmente muitas igrejas e também líderes de departamentos estão correndo atrás de satisfazer caprichos de pessoas que estão se tornando cada vez mais mimadas. Não que queiramos ‘qualquer coisa’ para acomodar os nossos filhos. Mas também não queremos ver os nossos filhos reclamando feio de qualquer coisa, porque esta não tem grife, brilho, marca ou glamour.
- Infelizmente tem quem esteja introduzindo na Igreja e no culto situações que melhor caberiam em uma casa de espetáculos, em um clube ou até mesmo em um circo. Parece estar valendo o que o povo gosta muito mais do que o povo necessita. Não sou contra uma boa dinâmica para as nossas reuniões de UCP, UPA, etc., mas sou e serei totalmente contra o “novo” e o “atraente”, quando isto desviar os olhos da cruz, da graça; quando ajudar a perverter ou inverter a Palavra de Deus e também quando tiver a pronta capacidade de nos levar à cegueira na hora de examinar o próprio coração, tão possível da corrupção e da maldade, até mesmo quando ‘bem intencionado’ em tornar o culto ou a reunião da sociedade... apenas “um pouco mais atraente”.
O culto ao Senhor tem que ser agradável a Ele, como prescrito pelo Todo-Poderoso, nas Sagradas Escrituras. Qualquer reunião ou programação de sociedade também tem que ter critérios, e estas (as reuniões) não podem destoar dos princípios bíblicos para encontros do povo de Deus, sob pretextos de que “o que eu não posso fazer no culto, está liberado par realizar na reunião da sociedade ou no acampamento”.
O resultado trágico do ufanismo já se vê e já se sente em muitas igrejas: centenas de pessoas estão se tornando analfabetas de Bíblia, presunçosas na hora de ‘escolher aonde assistir o culto’ e cada vez menos comprometidas com sua igreja local. E já que estamos falando de bichos, estes ficam mais parecendo macacos, pulando de galho em galho para ver aonde ‘o culto’ será mais espetacular dessa vez.
Ouvi de um líder - desses ‘líderes ‘modernos’ capazes de introduzir o novo e novidades no culto produzido sob a batuta e pirotecnia de homens que gostam de atrair público, e não pecadores à igreja, a seguinte frase: “na minha igreja, um culto não sai por menos de quatro mil e quinhentos Reais”...
– Por fim... tem a esquisitice. Membros de igrejas mais parecendo fariseus do que crentes; mais coletores de impostos da paz e da paciência do Rebanho de Deus, cobrando altos valores estabelecidos pelo legalismo, do que pacificadores e promotores da boa e santa doutrina.
Irmãos, a Graça de Deus nos torna mais bíblicos e mais humanos, e não, mais legalistas e cada vez mais esquisitos, secos e frios. O que da Palavra Passar é e sempre será pecado e perversão! Os esquisitos de plantão estão querendo fazer os crentes em Cristo à sua própria imagem e semelhança de sabichões e santarrões ocos, igualzinho ao que os fariseus faziam nos dias de Jesus dentro do Judaísmo. No meio desse tiroteio todo, que não acerta um mosquito, termina se acertando mesmo é vidas, e vidas de crianças, adolescentes e jovens.
Por causa do farisaísmo moderno disfarçado de piedade nula, já vi muitas famílias deixarem uma boa igreja local. Por causa da cobrança que nada tem de santidade, mesmo que alguém diga agir em nome dela, já vi gente nova na fé entristecer-se e ficar bem confusa.
Por outro lado, já vi gente eufórica com carismatismos diversos e práticas para lá de Bagdá e antibíblicas, se tornarem as mais bizarras do planeta e ainda aludirem isso a “obra e graça do Espírito Santo”.
Jamais!!! Que coisa triste!
O Espírito Santo produz crentes em Cristo e seus imitadores, e não um bando de alienados e descontrolados! Pena que neste quesito, uns são esquisitos pelo farisaísmo e outros são esquisitos por se fazerem passar por bobos da corte.
O que fazer contra esta Dengue religiosa e letal?
1. Tome a vacina.
Irmãos, combatamos a Dengue pior que a hemorrágica: esta Dengue tão cheia de religiosidade mas tão vazia da graça e da Palavra de Deus. Tomemos a vacina certa, pois para este tipo de Dengue existe vacina! No calvário foi erguida uma cruz e nesta o Filho de Deus deu a sua vida por nós, pecadores, reconciliando-nos com Deus. Também, por meio dEle veio habitar conosco e entre nós o Espírito que nos conduz a toda verdade e ao conhecimento de Cristo. Temos a Palavra que é lâmpada e temos o evangelho que traz a paz, tranqüilidade, serenidade e confiança em qualquer circunstância. Por ele e por isso vivamos e nos deixemos guiar. No evangelho simples, profundo e poderoso de Deus perseveremos. Sim, no evangelho que abre as nossas mentes para ver as coisas pelo ângulo de Deus, sem comprometer em nada o bom e Santo Nome do Senhor. Que abre os nossos corações e inunda as nossas almas de alegria e segurança, que não deixa poças de tradicionalismo e suas larvas daninhas, mas que é como um rio a jorrar, produzindo em nós durante o tempo desta peregrinação criadouros de ânimo e coragem.
2. Use repelente!
Tire da prática de vida qualquer atraso para com os compromissos da igreja. Use repelente contra a preguiça, contra descaso e o mau hábito dos atrasos já históricos. Se precisar, vá dormir mais cedo na noite de sábado; levante mais cedo no Domingo, deixe qualquer visita ou compromisso para depois. Dê prioridade a ida à igreja. Readquira o bom hábito de chegar no horário certo.
3. Tampe a caixa d’água da casa e abra o coração.
Inundação, caixa d’água aberta... para a mosquita aedes é uma festa, e uma desgraça para nós. Inundação da Palavra, Presença do Espírito, aumento no conhecimento de Cristo é diferente: é graça que nos ajuda.
Isso combate e vence a terrível Dengue religiosa, que tanto mal faz à fé.
Pense nisso e também pense no crescimento saudável das suas crianças na graça e no conhecimento de Cristo.
Rev Jáder Borges Filho
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